Já não bastasse a crescente violência nas grandes cidades, o Brasil ainda perece de uma brutal violência no campo, onde o desmando secular da elite latifundiária tem poder de vida e de morte junto a classe camponesa e principalmente na maior região do país a região norte. Dentre os Estados da região norte o Pará lidera o ranking de crimes bárbaros contra sindicalistas, ambientalistas, ativistas e até religiosos que ao denunciar a exploração criminosas tanto do meio ambiente, quanto de trabalho escravos, perdem impiedosamente suas vidas, sendo que na maioria das vezes esses crimes são premeditados e anunciados a ferro e fogo.
O mais absurdo de tudo isso é a inércia dos governos, das autoridades em relação a essa prática criminosa recorrente na região Amazônica principalmente. Somente no Pará em quatro década mais de 800 pessoas morreram por conta dos conflitos com a Terra segundo a Comissão Pastoral da Terra (CPT). Uma vergonha desmedida de todos esses crimes covardes, apenas 18 foram a julgamento. Oito pessoas foram condenadas, e somente uma cumpre pena.
São histórias que terrivelmente se repetem. Os que morrem, na maioria das vezes, são pessoas que entram em choque com interesses de latifundiários, fazendeiros e madeireiros ao levar adiante sua luta pelo acesso à terra e pela preservação da natureza.
Foi assim que padeceu o seringalista e símbolo da resistência a favor da distribuição justa da Terra e da preservação do meio ambiente Chico Mendes morto premeditadamente a tiros em sua casa em Xapuri no Acre. Juntando-se a Chico Mendes temos os 19 sem-terras mortos no massacre em Eldorado dos Carajás sul do Pára em 1996, a missionária americana Dorothy Stang, morta a tiros em 2005 na cidade de Anapu, também no Pará e recentemente o casal de ambientalista José Cláudio e Maria do Espírito Santo mortos a tiros em uma emboscada em Nova Ipixuna no Pará dia 24 de maio e mal enterrou-se José e Maria, foi assassinado brutalmente a tiros ontem 27/05 o agricultor Adelino Ramos, presidente do Movimento Camponeses Corumbiara (RO) e da Associação dos Camponeses do Amazonas, em Vista Alegre do Abunã em Rondônia. A Amazônia está manchada de sangue, de impunidade e de falta de atitude do poder público. Quantos mais terão que morrer, para parar essa barbárie?
Wanda Borges
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